quinta-feira, 13 de agosto de 2015

CAPÍTULO XXIV


Ao cabo de três semanas, pude finalmente deixar o meu quarto e andar
pela casa. Na primeira noite, pedi a Catherine que lesse para mim, pois tinha a
vista fraca. Estávamos na biblioteca e o meu amo já se retirara. Ela acedeu, se
bem que me parecesse a contragosto; e, pensando que talvez não gostasse do
meu tipo de leituras, disse-lhe que escolhesse entre os livros dela. Selecionou
um dos seus favoritos e leu mais ou menos durante uma hora; depois
começou a fazer perguntas.
— Ellen, você não está cansada? Não seria melhor deitar-se? Pode ter
uma recaída, Ellen, ficando de pé até tão tarde.
— Não, minha querida, não estou cansada — respondi.
Vendo que não conseguia nada, tentou outra maneira de me mostrar
que não gostava daquela ocupação. Pôs-se a bocejar e a espreguiçar-se,
dizendo:
— Ellen, estou cansada.
— Pare de ler, então, e vamos conversar — sugeri.
Aquilo foi pior ainda: começou a suspirar e a mostrar-se impaciente, de
vez em quando consultando o relógio, até que, às oito horas, foi para o seu
quarto, tonta de sono, a julgar pelo seu olhar pesado e o constante esfregar de
olhos. Na noite seguinte pareceu-me ainda mais impaciente; e na terceira
noite queixou-se de uma dor de cabeça e recolheu-se. Achei aquele
comportamento muito estranho e, após ter ficado muito tempo sozinha,
resolvi ir ver se ela estava melhor e perguntar-lhe se não preferia descer e
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deitar-se no sofá, em vez de ficar às escuras, no quarto. Mas não achei
Catherine, nem em seu quarto, nem em lugar nenhum da casa. Os criados
afirmavam que não a tinham visto. Encostei o ouvido à porta do quarto do
Sr. Linton: silêncio completo. Voltei para o quarto dela, apaguei a vela e
sentei-me à janela.
Era uma noite de luar; uma neve fina cobria o chão e pensei que talvez
ela pudesse ter tido a idéia de dar uma volta pelo jardim, para desanuviar a
cabeça. Vi um vulto esgueirar-se ao longo da cerca interna do parque, mas
não era a minha jovem ama: à luz de uma lanterna, não tardei a reconhecer
um dos cavalariços. Ficou um tempo considerável olhando para a estrada que
atravessava o parque e depois começou a andar rapidamente, como se tivesse
visto alguma coisa, e voltou dali a pouco, puxando pela rédea o pônei de
Catherine; não tardou que ela aparecesse ao seu lado, em roupa de montaria.
O homem levou o animai silenciosamente pela grama, em direção à
cavalariça. Cathy entrou pela janela envidraçada da sala de visitas e subiu, sem
fazer barulho, até o quarto, onde eu a esperava. Fechou cuidadosamente a
porta, tirou os sapatos cobertos de neve, desatou o chapéu e estava tratando,
sem suspeitar da minha presença, de despir a capa, quando de repente me
levantei e lhe revelei minha presença. A surpresa petrificou-a, durante um
instante: ela deixou escapar uma exclamação de espanto e ficou como que
presa ao chão.
— Minha querida Srta. Catherine — comecei, demasiado agradecida
pela sua recente meiguice para me pôr a zangar com ela. — Onde é que você
foi, a esta hora? E por que tentar enganar-me, contando-me uma mentira?
Onde foi que esteve? Fale.
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— Fui até o fundo do parque — gaguejou ela. — Não lhe contei
nenhuma mentira.
— Não foi a nenhum outro lugar? — perguntei.
— Não — foi a resposta murmurada.
— Oh, Catherine! — exclamei, tristemente. — Você bem sabe que não
andou procedendo direito, ou não seria obrigada a me dizer uma mentira. Isso
é que me entristece. Preferia ficar três meses doente a ouvi-la inventar uma
mentira.
Ela rompeu em lágrimas e abraçou-me.
— Ellen, tenho tanto medo de que você se zangue! — disse. —
Prometa que não se zanga e lhe contarei a verdade: detesto ter de esconde-la.
Sentamo-nos junto à janela; garanti-lhe que não ralharia com ela, fosse
qual fosse ou seu segredo — de que, naturalmente, suspeitava —, e ela
começou:
— Fui ao Morro dos Ventos Uivantes, Ellen, e não deixei de ir nem um
dia, desde que você caiu doente; a não ser três dias antes e dois depois que
você se levantou. Dei a Michael livros e gravuras em troca de aprontar Minny
todas as noites e de pô-la de volta na cavalariça: mas você também não deve
ralhar com ele. Chegava ao Morro às seis e meia e geralmente ficava até as oito
e meia; depois, galopava para casa. Não ia lá para me divertir: quase sempre
me sentia muito infeliz. Só de vez em quando me sentia feliz: uma vez por
semana, talvez. A princípio, pensei que ia ser muito difícil convencê-la a me
deixar cumprir a palavra dada a Linton, pois prometera voltar no dia seguinte,
quando viemos embora; mas você não desceu, facilitando-me as coisas.
Enquanto Michael consertava a fechadura do portão do parque, naquela
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tarde, apossei-me da chave e contei-lhe que o meu primo queria que eu fosse
visitá-lo, porque estava doente e não podia vir à granja; e que papai não me
queria deixar ir. . . e negociei com ele a respeito do pônei. Michael gosta
muito de ler e está pensando em deixar o emprego para se casar; de modo que
me propôs que lhe emprestasse livros da biblioteca, em troca de fazer o que
eu quisesse; mas preferi emprestar-lhe dos meus livros, o que ele ainda achou
melhor.
"Na minha segunda visita, encontrei Linton bem-humorado. Zillah (a
governanta deles) preparou-nos um aposento limpo e um bom fogo e dissenos
que Joseph estava na igreja e Hareton Earnshaw saíra com os cães (para
caçar faisões nos nossos bosques, conforme ouvi dizer mais tarde), de modo
que podíamos fazer o que quiséssemos. Trouxe-me vinho licoroso e pão de
mel, parecendo-me muito solícita. Linton sentou-se na poltrona e eu na
cadeirinha de balanço, junto à lareira, e rimos e conversamos e falamos de
muitas coisas: planejamos aonde iríamos e o que faríamos no verão. Não vou
repetir o que combinamos, porque você acharia isso tolo.
"Por pouco, porém, não discutimos. Ele disse que a melhor maneira de
passar um dia quente de julho era ficar deitado, da manhã à noite, numa moita
de urzes, no meio da charneca, com as abelhas zumbindo de flor em flor e as
cotovias cantando bem alto, sobre as nossas cabeças, e o céu azul e o sol
brilhando sem parar e sem nuvens. Essa era a sua idéia da perfeita ventura
celestial: a minha era balançar-me numa árvore verde e rumorejante, com o
vento de oeste soprando nas folhas e nuvens brancas esvoaçando no céu; e
não só cotovias, mas também tordos e melros e pintarroxos e cucos
derramando música por todos os lados e a charneca vista a distância e
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quebrada em ravinas frescas e nebulosas; perto, grandes massas de erva alta,
ondulando à brisa; e bosques e água cantante e o mundo inteiro desperto e
triunfante de alegria. Ele queria jazer num êxtase de paz; eu queria que tudo
resplandecesse e dançasse em gloriosa aleluia. Disse-lhe que o seu paraíso não
teria vida, e ele retrucou que o meu pareceria ébrio; disse-lhe que, no dele, eu
adormeceria, e ele, que não poderia respirar no meu, e começou a ficar muito
irritado. Finalmente, concordamos em experimentar ambos, tão logo chegasse
o bom tempo; e nos beijamos e fizemos as pazes.
"Após termos ficado sentados uma hora inteira, olhei para a grande
sala, com seu soalho liso e sem tapetes, e pensei que bom seria inventarmos
uma brincadeira, se tirássemos a mesa do lugar; e pedi a Linton que fosse
chamar Zillah, para brincarmos de cabra-cega; ela tentaria pegar-nos — como
você costumava fazer, Ellen. Mas ele não quis: disse que aquilo não tinha
graça. Concordou, porém, em jogar bola comigo. Encontramos duas bolas
num armário, entre um monte de brinquedos velhos, arcos, piões, raquetes e
pelas. Uma delas tinha marcado um C, a outra, um H; quis ficar com a C, pois
era a inicial de Catherine, ao passo que H podia significar Heathcliff, seu
sobrenome; mas a bola H tinha o farelo saindo e Linton reclamou. Venci-o
sempre e ele ficou novamente zangado; começou a tossir e voltou para a sua
poltrona. Essa noite, porém, recuperou facilmente o bom humor: ficou
encantado com duas ou três canções que lhe cantei — as suas canções, Ellen;
e, quando tive de me vir embora, suplicou-me que voltasse na noite seguinte.
Prometi-lhe que voltaria e vim a galope para casa. Sonhei com o Morro dos
Ventos Uivantes e com o meu querido primo até de manhã cedo.
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"Passei o dia seguinte triste: em parte por você estar doente e em parte
por desejar que meu pai soubesse das minhas visitas e as aprovasse. Mas,
depois do chá, o luar cobriu tudo; e, enquanto eu galopava, a tristeza foi se
dispersando. 'Terei outro belo serão', pensava comigo mesma; 'e, o que é
melhor, o meu querido Linton também o terá.' Subi o jardim deles e ia dar a
volta pelos fundos, quando o tal Earnshaw me apareceu, pegou nas rédeas e
convidou-me a entrar pela frente. Acariciou o pescoço de Minny, dizendo que
era um belo animal e que parecia querer falar com ele. Disse-lhe que largasse
o meu cavalo ou se arriscaria a receber um coice. Ele respondeu, na sua
pronúncia vulgar: 'Não pode fazer muito estrago', e examinou as patas de
Minny com um sorriso. Tive vontade de fazê-lo experimentar, mas ele se
afastou para abrir a porta e, ao levantar a tranca, olhou para a inscrição, em
cima, e disse, com uma estúpida mistura de timidez e orgulho:
" 'Srta. Catherine! Já sei ler aquilo'.
" 'Ótimo!', exclamei. 'Vamos ouvir, então. Você ficou inteligente!'
"Ele soletrou e leu, sílaba por sílaba, o nome 'Hareton Earnshaw'.
" 'E os números?', perguntei, encorajando-o, ao perceber que ele tinha
parado.
" 'Ainda não sei ler eles', respondeu.
" 'Puxa, que burro!', exclamei, com uma risada.
"O pateta ficou me olhando, com um sorriso pairando nos lábios e uma
ruga entre os olhos, como se hesitasse em rir também: como se não soubesse
ao certo se a minha risada fora fruto de uma agradável familiaridade ou — o
que realmente era — expressão de desprezo. Acabei-lhe com as dúvidas
recuperando a gravidade e dizendo-lhe que fosse embora, pois viera visitar
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Linton, e não a ele. O bobo corou — o luar bastava para que se pudesse ver
isso —, deixou cair a mão da tranca e foi-se embora, o retrato vivo da vaidade
ferida. Julgava-se no mesmo pé de igualdade de Linton, só por conseguir ler o
seu próprio nome — e ficou tremendamente desapontado por eu não achar o
mesmo."
— Um momento, Srta. Catherine! — interrompi. — e levou-me, ou,
melhor, quase me carregou para dentro de casa.
"Ellen, eu estava completamente desesperada! Solucei e chorei tanto,
que quase fiquei cega; enquanto isso, o rufião por quem você demonstra tanta
simpatia permanecia de pé, à minha frente, atrevendo-se, de vez em quando, a
me mandar calar e negando que tivesse tido a culpa; finalmente, assustado
pela minha promessa de contar tudo a papai e fazer com que ele fosse preso e
enforcado, começou também a gaguejar e saiu correndo, para esconder a sua
covarde agitação. Mesmo assim, não consegui ver-me livre dele: quando, por
fim, me convenceram a partir e eu já estava a umas cem jardas da
propriedade, ele de repente emergiu das sombras da estrada, deteve Minny e
impediu-me de continuar.
" 'Srta. Catherine, estou muito aflito', começou, 'mas acho que a culpa. .
.'
"Dei-lhe uma chicotada, temendo que talvez ele me quisesse matar.
Soltou as rédeas, explodindo numa das suas horríveis pragas, e eu voltei para
casa a galope, quase fora de mim.
"Nessa noite não vim dar boa-noite a você e no dia seguinte não fui ao
Morro: desejava muito ir, mas estava terrivelmente excitada e temia receber a
notícia de que Linton morrera; por outro lado, estremecia, só de pensar que
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encontraria Hareton. No terceiro dia tomei coragem: de qualquer modo, não
agüentava mais aquela ansiedade e novamente resolvi ir até lá. Saí às cinco,
caminhando, pois pensava que poderia entrar na casa e subir ao quarto de
Linton sem que ninguém me visse. Entretanto, os cães anunciaram a minha
aproximação. Zillah veio receber-me e, dizendo que 'o rapaz estava quase
fino', fez-me entrar numa salinha toda atapetada e bem-arrumada, onde, para
minha enorme alegria, deparei com Linton deitado num pequeno sofá, lendo
um dos meus livros. Mas, durante uma hora inteira, recusou-se a falar comigo
ou mesmo a olhar para mim, Ellen. Tem um gênio tão difícil! E o que mais
me espantou, quando finalmente resolveu abrir a boca, foi ouvi-lo dizer a
mentira de que eu fora a causadora de tudo e Hareton não tivera a menor
culpa! Incapaz de responder, a não ser exaltada, levantei-me e saí da sala. Ele
me chamou logo com um débil 'Catherine!' Não contava com a minha reação,
mas não me virei e, no dia seguinte, não voltei lá, determinada a não mais
visitá-lo. Só que era tão horrível ir para a cama e acordar sem ter notícias dele,
que a minha decisão dissolveu-se antes mesmo de estar bem assente. Antes
parecera-me malfeito ir até lá; agora parecia mal não ir. Michael veio
perguntar-me se devia encilhar Minny. Respondi que sim e achei que estava
cumprindo um dever, à medida que me aproximava do Morro. Tive de passar
pelas janelas da frente para chegar ao terreiro: não adiantava esconder a minha
presença.
" 'O patrãozinho está em casa', disse Zillah, vendo-me andar na direção
da salinha de estar. Entrei; Earnshaw também lá estava, mas saiu
imediatamente. Linton estava sentado na poltrona grande, meio adormecido.
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Encaminhando-me para a lareira, comecei, num tom sério, desejando que
soasse verdadeiro:
" 'Como você não gosta de mim, Linton, e como pensa que vim de
propósito para aborrecê-lo e prejudicá-lo, esta será a última vez que nos
vemos: vim para me despedir. Diga ao Sr. Heathcliff que você não tem a
mínima vontade de me ver e que ele não deve inventar mais mentiras a
respeito'.
" 'Sente-se e tire o chapéu, Catherine', respondeu ele. 'Você é tão mais
feliz do que eu, que deveria ser melhor. Papai fala tanto nos meus defeitos e
mostra tanto desprezo por mim, que é natural que eu seja inseguro. Fico pensando
se não serei mesmo tão desprezível como ele diz que eu sou — e fico
tão amargurado, que odeio todo o mundo! Sou desprezível e quase sempre
tenho mau gênio e maus pensamentos; se você quiser, pode se despedir de
mim: ficará livre de um aborrecimento. Só lhe peço, Catherine, para me fazer
justiça: acredite que, se pudesse ser bom e gentil como você é, eu o seria: e
feliz e saudável. E acredite, também, que a sua bondade fez com que eu a
amasse mais profundamente do que merecia: e, embora eu não pudesse e não
possa deixar de lhe mostrar como sou, lamento muito e sinto-me
arrependido; hei de sentir-me arrependido e lamentar isso até o dia da minha
morte!'
"Senti que ele falava a verdade e que devia perdoá-lo, embora
pudéssemos brigar logo a seguir. Reconciliamo-nos; mas choramos, choramos
ambos, durante o tempo todo em que lá fiquei: não inteiramente de pena,
embora eu tivesse pena de que Linton tivesse aquela triste maneira de ser.
Nunca fará com que os seus amigos se sintam bem e ele próprio nunca se
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sentirá bem! A partir daquela noite fui sempre para a salinha dele, pois seu pai
voltou no dia seguinte.
"Três vezes apenas, se não me engano, passamos um serão alegre,
fazendo planos e rindo, como na primeira noite; as demais visitas foram
pouco agradáveis, ora pelo egoísmo e mau gênio dele, ora pelos seus
queixumes: mas eu aprendi a suportar aqueles quase com tanta paciência
quanto estes. O Sr. Heathcliff evita-me propositadamente: pode-se dizer que
não o tenho visto. Este último domingo, tendo chegado mais cedo do que de
hábito, ouvi-o ralhar de maneira cruel com o pobre Linton, pelo seu
comportamento na noite anterior. Não sei como foi que ele soube, a menos
que escutasse. Realmente, Linton comportara-se bastante mal. Mas só a mim
dizia respeito e interrompi a reprimenda do Sr. Heathcliff para lhe dizer isso.
Ele caiu na risada e saiu, dizendo estar satisfeito por eu levar a coisa assim.
Desde então, tenho dito a Linton que, quando quiser dizer coisas
desagradáveis, fale baixo. Pronto, Ellen, você está a par de tudo. Não posso
deixar de ir ao Morro, a menos que faça sofrer duas pessoas: ao passo que, se
você não contar nada a papai, o fato de eu ir lá não prejudicará ninguém.
Você não vai contar, não é? Seria horrível da sua parte."
— Decidirei isso até amanhã, Srta. Catherine — respondi. — Preciso
pensar bem; vou deixá-la agora, para poder meditar.
Meditei sobre o assunto em voz alta, na presença do meu amo, pois fui
direto ao quarto dele e contei-lhe toda a história, com exceção das conversas
dela com o primo e de fazer menção a Hareton. O Sr. Linton ficou mais alarmado
e preocupado do que me demonstrou. Na manhã seguinte, Catherine
soube da minha traição e soube também que as suas visitas secretas tinham
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chegado ao fim. Em vão chorou e suplicou ao pai que tivesse pena de Linton:
tudo o que conseguiu foi a promessa de que ele escreveria, dando-lhe licença
de vir à granja sempre que quisesse, mas explicando que não esperasse mais
visitas de Catherine. Se ele soubesse do temperamento do sobrinho e do seu
estado de saúde, talvez os tivesse privado até mesmo desse leve consolo.
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Bem Vindos ao Livro teen


Então resolvi criar esse blog porque, muita gente não tem dinheiro(tipo eu) ,vou postar livro de qualquer estilo,porque eu qualquer estilos amo ler,quer um livro que eu poste basta pedir na embaixo no meu ask,ok meu nome João Paulo ,comente para eu interagir com vocês.

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