terça-feira, 28 de abril de 2015

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ALGUMAS NOITES DEPOIS. Drinques em Clairmont. Começou às seis ou seis e meia, na hora em
que as pessoas subiram a colina até a casa. A cozinheira estava preparando o jantar e tinha
feito mousse de salmão com bolachinhas salgadas. Passei por ela e tirei uma garrafa de vinho
branco da geladeira para as tias.
Os pequenos, depois de terem passado a tarde toda na praia maior, estavam sendo
obrigados a tomar banho e trocar de roupa por Gat, Johnny e Mirren em Red Gate, onde havia
um chuveiro externo. Minha mãe, Bess e Carrie estavam sentadas em volta da mesa de centro
de Clairmont.
Levei taças de vinho para as tias e meu avô entrou.
— E então, Penny — ele disse, servindo-se de uísque do decânter sobre o aparador. —
Como você e Cady estão em Windemere este ano, nas novas circunstâncias? Bess se preocupa
que estejam solitárias.
— Eu não falei isso — disse Bess.
Carrie apertou os olhos.
— Sim, falou — meu avô disse a Bess. Ele fez um sinal para eu sentar. — Você falou dos
cinco quartos, da cozinha reformada e de como Penny está sozinha agora e não precisa de nada
disso.
— Você disse isso, Bess? — Minha mãe respirou fundo.
Bess não respondeu. Ela mordeu o lábio e ficou olhando para a paisagem.
— Não estamos solitárias — minha mãe disse ao meu avô. — Adoramos Windemere, não é,
Cady?
Meu avô sorriu para mim.
— Você está bem lá, Cadence?
Eu sabia o que devia dizer:
— Estou mais do que bem lá, estou ótima. Adoro Windemere, porque você construiu aquela
casa especialmente para minha mãe. Quero criar meus filhos lá, e que meus filhos criem os
deles. Você é demais, vovô. É o patriarca, e eu venero o senhor. Estou tão feliz por ser uma
Sinclair. Essa é a melhor família dos Estados Unidos.
Não com essas palavras. Mas eu devia ajudar minha mãe a ficar com a casa dizendo para
meu avô que ele era o maioral, que era a causa de toda a nossa felicidade, e lembrar que eu
era o futuro da família. Nós, os Sinclair cem por cento americanos, nos perpetuaríamos, altos
e brancos e belos e ricos, se ele me deixasse ficar com minha mãe em Windemere.
Eu devia fazer meu avô se sentir no controle quando seu mundo estava mudando devido à
morte da minha avó. Devia implorar através de elogios, nunca reconhecendo a agressão por
trás de sua pergunta.
Minha mãe e suas irmãs eram dependentes de meu avô e seu dinheiro. Tiveram a melhor
educação, inúmeras oportunidades, milhares de conexões, e ainda assim acabaram incapazes
de se sustentar. Nenhuma delas fez nada útil no mundo. Nada necessário. Nada corajoso.
Ainda eram garotinhas tentando cair nas graças do papai. Ele era o pão e a manteiga delas, o
leite e o mel também.
— É grande demais para nós — eu disse ao meu avô.
Ninguém disse nada enquanto eu saía da sala.
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Bem Vindos ao Livro teen


Então resolvi criar esse blog porque, muita gente não tem dinheiro(tipo eu) ,vou postar livro de qualquer estilo,porque eu qualquer estilos amo ler,quer um livro que eu poste basta pedir na embaixo no meu ask,ok meu nome João Paulo ,comente para eu interagir com vocês.

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