terça-feira, 28 de abril de 2015

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EIS A VERDADE sobre a bela família Sinclair. Pelo menos a verdade que meu avô conhece. A
verdade que ele teve o cuidado de manter fora dos jornais.
Há dois verões, em uma noite quente de julho,
Gatwick Matthew Patil,
Mirren Sinclair Sheffield,
e
Jonathan Sinclair Dennis
morreram em uma casa que pegou fogo, supostamente devido a um galão de combustível de
motor que virou no quartinho dos fundos. A casa em questão se reduziu a cinzas antes que o
corpo de bombeiros da região conseguisse chegar ao local.
Cadence Sinclair Eastman estava presente na ilha no momento do incêndio, mas só
percebeu o que estava acontecendo quando o fogo já estava bem avançado. A conflagração a
impediu de entrar na instalação quando se deu conta de que havia pessoas e animais presos lá
dentro. Ela teve queimaduras nas mãos e nos pés nas tentativas de resgate. Depois correu para
outra casa da ilha e telefonou para os bombeiros.
Quando a ajuda finalmente chegou, a srta. Eastman foi encontrada na praia pequena, com
metade do corpo dentro d’água, em posição fetal. Ela não foi capaz de responder perguntas a
respeito do que havia acontecido e pareceu ter sofrido traumatismo cranioencefálico. Teve de
receber sedação pesada durante vários dias após o acidente.
Harris Sinclair, dono da ilha, recusou qualquer investigação formal a respeito da origem do
incêndio. Muitas árvores dos arredores foram dizimadas.
Foram realizados os funerais de
Gatwick Matthew Patil,
Mirren Sinclair Sheffield,
e
Jonathan Sinclair Dennis
nas cidades de Cambridge e Nova York, onde residiam.
Cadence Sinclair Eastman não estava bem o bastante para comparecer.
No verão seguinte, a família Sinclair voltou à ilha Beechwood. Ela se desintegrou. Eles
ficaram de luto. Beberam muito.
Depois construíram uma nova casa sobre as cinzas da anterior.
Cadence Sinclair Eastman não tinha nenhuma lembrança dos fatos que cercaram o incêndio,
nenhuma lembrança do ocorrido. Suas queimaduras se curaram rapidamente, mas ela passou a
apresentar amnésia seletiva no que dizia respeito aos acontecimentos do verão anterior.
Insistia em acreditar que havia batido a cabeça enquanto nadava. Os médicos presumiram que
suas dores de cabeça debilitantes eram causadas por luto não reconhecido e culpa. Foi
medicada com drogas pesadas e ficou extremamente frágil, tanto física quanto mentalmente.
Os mesmos médicos aconselharam a mãe de Cadence a parar de explicar a tragédia se ela
não conseguisse lembrar sozinha. Era demais para ela receber notícias do trauma todos os
dias, como se fosse novidade. Melhor deixar que lembre no seu próprio ritmo. Ela não deve
voltar à ilha Beechwood antes de ter um tempo substancial para se curar. Na verdade,
qualquer medida possível deve ser tomada para mantê-la longe da ilha no ano subsequente ao
acidente.
Cadence começou a exibir um desejo inquietante de se livrar de todas as suas posses
desnecessárias, até mesmo coisas de valor sentimental, quase como se pagasse por crimes do
passado. Escureceu o cabelo e passou a se vestir com muita simplicidade. Sua mãe procurou
ajuda profissional para explicar o comportamento de Cadence e foi informada de que parecia
uma parte normal do processo de luto.
No segundo ano após o acidente, a família começou a se recuperar. Cadence voltou a
frequentar a escola depois de longos períodos de ausência. Com o tempo, expressou o desejo
de voltar à ilha Beechwood. Os médicos e os outros membros da família concordaram: podia
ser bom para ela fazer exatamente isso.
Na ilha ela talvez conseguisse se curar.

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Bem Vindos ao Livro teen


Então resolvi criar esse blog porque, muita gente não tem dinheiro(tipo eu) ,vou postar livro de qualquer estilo,porque eu qualquer estilos amo ler,quer um livro que eu poste basta pedir na embaixo no meu ask,ok meu nome João Paulo ,comente para eu interagir com vocês.

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