domingo, 14 de junho de 2015

Capítulo 43


Thomas sentiu várias emoções ao mesmo tempo: alívio por ter funcionado, surpresa,
entusiasmo, maravilhando-se ao pensar aonde aquilo poderia levar.
- Cara... - falou Minho, resumindo na sua perplexidade o que Thomas sentia.
- Pode ser uma coincidência - interveio Teresa. - Continue... depressa!
Thomas continuou, juntando as oito páginas de cada dia, em ordem desde a Área Um até a
Área Oito. Todas as vezes, uma letra visível formava-se no centro das linhas entrecruzadas.
Depois do "F" foi um "L", então um "U", depois um "T", um "U" e em seguida umA". Por fim,
"P"... "E"... "G"...
- Vejam - falou Thomas, apontando para a fileira de pilhas que haviam formado, confuso,
mas contente por as letras serem tão evidentes. - Formou "FLUTUA" e depois "PEG".
- Flutua peg? - estranhou Newt. - Não faz sentido, para mim não parece de forma alguma
um código de salvação.
- Precisamos continuar com mais páginas - falou Thomas.
Mais uma combinação os levaram a perceber que a segunda palavra era na verdade
"PEGA". "FLUTUA" e "PEGA".
- Não é uma coincidência.
- Definitivamente, não - concordou Thomas. Não aguentava de ansiedade para ver mais.
Teresa apontou para a despensa.
- Precisamos fazer o mesmo com todos eles... todas aquelas caixas que estão lá.
- É isso mesmo - Thomas concordou. - Vamos lá.
- Não podemos ajudar - falou Minho.
Os três olharam na sua direção. Ele devolveu o olhar.
- Pelo menos não eu nem o Thomas. Precisamos fazer com que os Corredores saiam para o
Labirinto.
- O quê? - indagou Thomas. - Isso é muito mais importante!
- Pode ser - respondeu Minho calmamente -, mas não podemos perder nem um dia lá.
Ainda mais agora.
Thomas sentiu um assomo de decepção. Correr no Labirinto parecia um desperdício de
tempo em comparação a descobrir o código.
- Por que, Minho? Você disse que o padrão vinha se repetindo há meses... um dia a mais
não quer dizer nada.
Minho bateu a mão com violência sobre a mesa.
- Isso é besteira, Thomas! De todos os dias, este pode ser o mais importante para estar lá.
Alguma coisa pode ter mudado, alguma coisa pode ter-se aberto. Na verdade, como os
malditos muros não estão se fechando mais, acho que deveríamos testar a sua ideia... passar a
noite lá e explorar mais a fundo.
Aquilo atiçou o interesse de Thomas - ele vinha querendo fazer aquilo. Em conflito,
perguntou:
- Mas e quanto ao código? E quanto...
- Tommy - falou Newt em tom consolador. - Minho está certo. Vocês trolhos devem ir lá
fazer a sua Corrida. Vou convocar alguns garotos em que podemos confiar para trabalhar nisto
aqui. - Newt soou mais como líder do que nunca.
- Eu também - concordou Teresa. - Vou ficar e ajudar o Newt.
Thomas olhou para ela.
- Tem certeza? - Estava louco para desvendar o código por si só, mas concluiu que Minho
e Newt estavam certos.
Ela sorriu e cruzou os braços.
- Se forem decifrar um código secreto de um conjunto complexo de diferentes labirintos,
tenho certeza de que será preciso ter o cérebro de uma garota comandando tudo. - Seu sorriso
irônico transformou-se em um ar de afetação.
- Se é você quem diz. - Ele cruzou os braços também, olhando-a com um sorriso, perdendo
de repente a vontade de partir.
- Bom isso. - Minho balançou a cabeça e virou-se para sair. - Está tudo bem aqui. Vamos.
- Saiu em direção à porta, mas parou quando percebeu que Thomas não o acompanhava.
- Não se preocupe, Tommy - falou Newt. - A sua namorada vai ficar bem.
Thomas sentiu um milhão de pensamentos lhe passarem pela cabeça naquele momento. A
vontade de desvendar o código, o mal-estar pelo que Newt pensava dele e de Teresa, a
curiosidade do que podiam descobrir no Labirinto e... medo.
No entanto, pôs tudo de lado. Sem sequer se despedir, finalmente acompanhou Minho, e os
dois subiram pela escada.
Thomas ajudou Minho a reunir os Corredores para lhes dar a notícia e organizá-los para a
grande jornada. Surpreendeu-se com a presteza com que todos concordaram que era hora de
fazer uma exploração em maior profundidade do Labirinto e passar a noite lá. Ainda que
estivesse nervoso e apreensivo, ele disse a Minho que poderia cuidar sozinho de uma das
áreas, mas o Encarregado recusou. Tinham oito Corredores experientes para fazer isso.
Thomas iria com ele... o que o deixou tão aliviado que ele quase se envergonhou disso.
Ele e Minho abasteceram as mochilas com mais suprimentos do que o normal; não havia
como prever quanto tempo permaneceriam lá fora. Apesar do medo, Thomas não pôde evitar
sentir-se empolgado também - talvez aquele fosse o dia em que encontrariam a saída.
Ele e Minho estavam alongando as pernas ao lado da Porta Oeste quando Chuck
aproximou-se para se despedir.
- Eu iria com vocês - falou o garoto em uma voz jovial exagerada -, mas não quero ter uma
morte horrível.
Thomas riu, surpreendendo-se.
- Obrigado pelas palavras de encorajamento.
- Tome cuidado - falou Chuck, num tom de voz mudado, expressando preocupação de
verdade. - Gostaria de poder ajudá-los.
Thomas emocionou-se - apostava que, se realmente fosse preciso, Chuck iria mesmo com
ele, caso lhe pedisse.
- Obrigado, Chuck. Pode ter certeza que vamos tomar cuidado.
Minho grunhiu.
- Tomar cuidado não adianta nada. É tudo ou nada agora, baby.
- Melhor a gente ir - falou Thomas. Borboletas enxamearam-lhe as entranhas, e só o que
queria no momento era ação, parar de pensar naquilo tudo. Afinal de contas, sair para o
Labirinto não era pior do que ficar na Clareira com as Portas abertas. Embora pensar nisso
não o fizesse sentir-se melhor.
- É isso aí - respondeu Minho com calma. - Vamos embora.
- Bem - falou Chuck, baixando os olhos para os pés antes de voltar a encarar Thomas. -
Boa sorte. Se a sua namorada sentir-se muito sozinha sem você, vou procurar consolá-la.
Thomas rolou os olhos para o alto.
- Ela não é a minha namorada, cara de mértila.
- Uau! - exclamou Chuck. - Você já está usando os palavrões do Alby. - Obviamente, ele
se esforçava para fingir que não morria de medo diante dos últimos acontecimentos, mas os
seus olhos o traíam. - Sério mesmo, boa sorte.
- Obrigado, isso ajuda muito - respondeu Minho, por sua vez rolando os olhos também. - A
gente se vê, trolho.
- É isso aí, a gente se vê - murmurou Chuck, depois deu meia-volta e se afastou.
Thomas sentiu um golpe de tristeza - era possível que nunca mais visse Chuck ou Teresa
ou nenhum deles outra vez. Mas um ímpeto repentino apoderou-se dele.
- Não se esqueça da minha promessa! - gritou. - Você vai voltar para casa, eu garanto!
Chuck voltou-se e fez um sinal de positivo para ele; as lágrimas brilharam nos seus olhos.
Thomas levantou os dois polegares; depois ele e Minho puseram as mochilas e entraram
no Labirinto.
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Então resolvi criar esse blog porque, muita gente não tem dinheiro(tipo eu) ,vou postar livro de qualquer estilo,porque eu qualquer estilos amo ler,quer um livro que eu poste basta pedir na embaixo no meu ask,ok meu nome João Paulo ,comente para eu interagir com vocês.

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