terça-feira, 28 de abril de 2015

26


26
MIRREN E JOHNNY entram na água com snorkels e nadadeiras. Nadam à procura de lagostas.
Provavelmente só vão encontrar águas-vivas e pequenos caranguejos, mas, mesmo com pouca
opção, sempre mergulhamos na praia pequena. Sempre.
Gat fica sentado comigo sobre um cobertor de batique. Observamos os outros em silêncio.
Não sei como falar com ele.
Eu o amo.
Ele se provou um idiota.
Eu não devia amá-lo. Sou burra por ainda amá-lo. Tenho que esquecer isso.
Talvez ele ainda me ache bonita. Mesmo com meu cabelo e as olheiras. Talvez.
Os músculos de suas costas se movimentam sob a camiseta. A curvatura de seu pescoço, o
arco suave de sua orelha. Uma pintinha marrom do lado do pescoço. As lúnulas nas unhas. Eu
o absorvo depois de tanto tempo longe.
— Não olhe meus pés de ogro — Gat diz de repente.
— O quê?
— São horrorosos. Um ogro entrou no meu quarto à noite, pegou meus pés normais e me
deixou com esses pés horrendos de ogro. — Gat escondeu os pés sob uma toalha para que eu
não pudesse vê-los. — Agora você sabe a verdade.
Fico aliviada por conversar sobre banalidades.
— Use sapatos.
— Não vou usar sapatos na praia. — Ele descobre os pés. Parecem normais. — Tenho que
agir como se estivesse tudo bem até encontrar aquele ogro. Depois vou matar a criatura e
pegar meus pés de volta. Você tem alguma arma?
— Não.
— Fala sério.
— Hum. Tem um atiçador de lareira em Windemere.
— Certo. Assim que o vir, vamos matar o ogro com seu atiçador de lareira.
— Já que insiste.
Eu me deito sobre o cobertor e coloco o braço sobre os olhos. Ficamos em silêncio por um
momento.
— Ogros são noturnos — acrescento.
— Cady? — Gat sussurra.
Eu me viro e olho em seus olhos.
— O que foi?
— Achei que não fosse te ver nunca mais.
— O quê?
Ele está tão perto que poderíamos nos beijar.
— Achei que não fosse te ver nunca mais. Depois de tudo o que aconteceu, e quando você
não veio no verão passado.
Por que não me escreveu?, sinto vontade de dizer. Por que não me ligou esse tempo todo?
Ele toca meu rosto.
— Estou tão feliz por você estar aqui — Gat diz. — Estou tão feliz por ter essa chance.
Não sei o que acontece entre a gente. Não sei mesmo. Ele é tão idiota.
— Me dê a mão — Gat diz.
Não sei se quero.
Mas, ao mesmo tempo, é claro que quero.
Sua pele é quente e arenosa. Entrelaçamos os dedos e fechamos os olhos contra o sol.
Só ficamos ali deitados. De mãos dadas. Ele esfrega o polegar na palma da minha mão,
como fez dois verões antes sob as estrelas.
E eu derreto.
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Bem Vindos ao Livro teen


Então resolvi criar esse blog porque, muita gente não tem dinheiro(tipo eu) ,vou postar livro de qualquer estilo,porque eu qualquer estilos amo ler,quer um livro que eu poste basta pedir na embaixo no meu ask,ok meu nome João Paulo ,comente para eu interagir com vocês.

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