terça-feira, 28 de abril de 2015

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ERA UMA VEZ um rei que tinha três lindas filhas. As meninas cresceram e se tornaram
adoráveis. Tiveram casamentos sublimes, mas a chegada da primeira neta trouxe decepção.
A jovem princesa gerou uma filha tão, mas tão pequena, que sua mãe resolveu guardá-la no
bolso, onde a menina passava despercebida. Depois de um tempo, netos de tamanho normal
chegaram e o rei e a rainha se esqueceram quase completamente da existência da princesa
pequenina.
Quando a princesinha ficou mais velha, passava a maior parte dos dias e das noites
praticamente sem sair de sua pequena cama. Ela não tinha muitos motivos para se levantar,
de tão solitária que era.
Um dia, arriscou ir à biblioteca do palácio e ficou satisfeita ao descobrir como os livros
podem ser boa companhia. Começou a frequentá-la com frequência. Certa manhã, enquanto
lia, um rato apareceu sobre a mesa. Ele ficou em pé. Usava uma pequena jaqueta de veludo.
Os bigodes eram limpos e o pelo era marrom. “Você lê como eu”, ele disse. “Andando de
um lado para o outro diante das páginas.” Ele deu um passo à frente e se curvou em uma
reverência.
O rato encantava a princesa pequenina com histórias de suas aventuras. Contou a ela
sobre ogros que roubam pés de gente e deuses que abandonam os pobres. Fazia perguntas
sobre o Universo e procurava continuamente por respostas. Achava que feridas precisavam
de atenção. Por sua vez, a princesa narrava ao rato os contos de fadas, fazia retratos
pixelados para ele e pequenos desenhos com lápis de cor. Ela ria e discutia com ele. Sentiuse
desperta pela primeira vez na vida.
Não demorou muito até que se apaixonassem perdidamente.
Quando apresentou o pretendente à família, no entanto, a princesa encontrou
dificuldades. “Ele não passa de um rato!”, berrou o rei com desdém, enquanto a rainha
gritava e saía correndo da sala do trono, com medo. De fato, todo o reino, da realeza aos
criados, via o pretendente-rato com desconfiança e mal-estar. “Ele é anormal”, as pessoas
diziam. “Um animal disfarçado de gente”.
A princesa pequenina não hesitou. Ela e o rato deixaram o palácio e foram para muito,
muito longe. Em uma terra estrangeira, casaram-se, construíram um lar, encheram-no de
livros e chocolates e viveram felizes para sempre.
Se você quiser viver em um lugar onde as pessoas não tenham medo de ratos, deve abrir
mão de viver em palácios.
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Bem Vindos ao Livro teen


Então resolvi criar esse blog porque, muita gente não tem dinheiro(tipo eu) ,vou postar livro de qualquer estilo,porque eu qualquer estilos amo ler,quer um livro que eu poste basta pedir na embaixo no meu ask,ok meu nome João Paulo ,comente para eu interagir com vocês.

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